Que história você quer contar?
Sempre que sou requisitada para analisar um mercado, questiono quem é o público que irá receber a análise e qual o tom que devo seguir em meus textos. Para a o segundo questionamento, sempre recebo a resposta com uma expressão assustadora: A VERDADE!!!
Sim, minhas análises sempre retratam as verdades contidas nos dados. Se a categoria apresentou queda, isso será incluído na análise. Ou se uma equipe que era considerada a favorita performou mal, com certeza estará na análise esta informação.
Mas a questão é que os números sempre são verdadeiros e únicos. Quando multiplicamos 2 por 2, o resultado sempre será 4 independentemente do idioma, do país ou do mercado da análise. Não há meio termo ou qualquer variação, mas a análise sobre este número pode variar.
Veja este exemplo: 70% de 100 é 70. Isso nunca irá mudar. Matemática é uma exata, mas eu posso analisar (ou contar a história) de duas formas com o mesmo número:
- 70% da população de 2 a 5 anos do planeta Kripton frequentam a escola.
- 30% da população de 2 a 5 anos do planeta Kripton não frequentam a escola.
Usando um ditado popular, eu posso considerar o copo meio cheio ou meio vazio, dependendo da mensagem que quero passar com a minha análise.
Vamos fazer um exercício?
Veja os dados apresentados na imagem abaixo. O gráfico apresenta um simples dado: o faturamento anual em Reais da Marca X. Antes de você seguir a leitura, qual análise você faria usando os dados contidos neste gráfico?
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Irei fazer duas análises, uma apresentando um cenário otimista e a outra com um cenário pessimista.
Cenário otimista:
- A Marca X apresenta em 2016 o maior faturamento dos últimos 4 anos, com um crescimento positivo de +3,1% na comparação dos anos 2016 vs 2015.
Cenário pessimista:
- A Marca X apresenta desaceleração do seu crescimento nos últimos 4 anos, apresentando uma diferença de -4,9pp no crescimento de 2016 vs 2015 em comparação ao crescimento de 2014 vs 2013.
Viu? Conseguiu entender a importância do enredo para se contar uma boa história?
E outra dica: Ninguém gosta de finais tristes ou inconclusivos.